A mostra ficará aberta até 12 de setembro no Corredor Tereza de Benguela da Câmara dos Deputados – “Túnel do Tempo”

A exposição sobre o centenário Cesar Lattes e Johanna Döbereiner, realizada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), se encerra no dia 12 de setembro. A mostra está no Corredor Tereza de Benguela da Câmara dos Deputados – “Túnel do Tempo”.

Com curadoria de Ildeu de Castro Moreira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente de honra da SBPC, a mostra aborda a história desses dois cientistas, cujos centenários de nascimento se comemoram neste ano. Döbereiner e Lattes foram importantes para a ciência brasileira deixaram um imenso legado para o País e que persiste até hoje.

Para a realização da exposição, a SBPC contou com a colaboração de outras instituições, como a Academia Brasileira de Ciências (ABC), o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPC), o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Embrapa, além das deputadas federais Jandira Feghali, patrona da mostra, e de Benedita da Silva, cujo gabinete financiou a mostra por meio de emenda parlamentar.

Lattes ficou conhecido por ser um dos descobridores da partícula subatômica méson pi (píon) nos raios cósmicos e depois em detectá-la em acelerador de parcícula.  Ela tem tal importância que o Prêmio Nobel de Física foi concedido a Cecil Powell (1950), um de seus descobridores nos raios cósmicos, e o outro a Hideki Yukawa (1949), que previu a existência desta partícula importante para a coesão do núcleo atômico.

Para além de suas descobertas científicas, Cesar Lattes foi fundamental para a criação de várias instituições e centros de pesquisas. Um deles foi o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, que ajudou a fundar em 1949. Moreira cita ainda que, além do CBPF, ele foi um dos fundadores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em 1951. A criação do CNPq foi um movimento estratégico para o desenvolvimento da ciência no Brasil.

Lattes, ainda, contribuiu também para o estabelecimento do Instituto de Física Gleb Wataghin, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e para diversas outras iniciativas importantes de cooperação científica internacional, como a Cooperação Brasil-Japão, iniciada por ele e Yukawa em 1959. Lattes foi indicado 7 vezes para o prêmio Nobel de Física.

Johanna Döbereiner, a outra homenageada pelo seu centenário de nascimento, foi pioneira no estudo da biologia do solo e na pesquisa sobre a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) nas plantas por meio de bactérias descoberta que revolucionou a agricultura e que economiza, a cada ano, bilhões de dólares para a agricultura brasileira.

Uma grande descoberta de Döbereiner, que a tornou cientificamente reconhecida no mundo, foi a de que gramíneas como o milho e o trigo também podem se beneficiar desse processo biológico.

Nascida em 28 de novembro de 1924 na então Tchecoslováquia, Johanna Döbereiner se formou em Engenharia Agrônoma pela Universidade de Munique, migrou para o Brasil em 1950 e se naturalizou brasileira. Trabalhou no Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícola, hoje Embrapa Agrobiologia. Por seu trabalho, recebeu inúmeros prêmios internacionais e foi indicada ao Prêmio Nobel de Química, em 1997. Em 2018, foi homenageada em um selo postal brasileiro, juntamente com Cesar Lattes, e está consagrada como uma das maiores cientistas brasileiras.

 

Serviço: Exposição “Cientistas do Brasil”

Local: Corredor Tereza da Câmara dos Deputados – “Túnel do Tempo”

Data: Até 12 de setembro.

Cerimônia de homenagem será no dia 28 de agosto, às 9h.

 

Jornal da Ciência

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