Profissionais estão auxiliando na identificação de corpos e na análise técnica da aeronave; SBPC manifesta profundo pesar pela trágica morte das 62 pessoas que estavam no avião que caiu na última sexta-feira

Foto: CENIPA

Diversos profissionais estão trabalhando em conjunto para a resolução da queda do voo 2283 da Voepass e amparo aos familiares das vítimas. Entre o corpo técnico estão médicos do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo, responsáveis pela identificação das vítimas, e militares do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) da Força Aérea Brasileira (FAB), que estão atuando no mapeamento técnico da aeronave.

O acidente ocorreu na última sexta-feira, 9 de agosto, quando o avião da Voepass (antiga Passaredo) caiu na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo, ocasionando a morte de 62 pessoas – quatro tripulantes e 58 passageiros, entre eles, duas crianças, Liz Ibba dos Santos, de 3 anos, e Joslan Perez, de 4 anos. O voo saiu da cidade de Cascavel, no Paraná, e seguiria ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Na própria sexta-feira, investigadores da FAB chegaram ao local e tiveram acesso aos dois gravadores de voo, popularmente chamados de caixas-pretas – o Cockpit Voice Recorder (CVR), que é o gravador de voz da cabine, e o Flight Data Recorder (FDR), que é o gravador de dados de voo. Ambos os dispositivos foram transferidos para o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo do CENIPA, que fica em Brasília.

Chefe do CENIPA, o Brigadeiro do Ar Marcelo Moreno explicou em coletiva de imprensa quais são os procedimentos a serem tratados com as caixas-pretas. A Força Aérea Brasileira está realizando um estudo minucioso para identificar os possíveis alarmes sonoros dados pela aeronave – a equipe técnica não descarta o uso de software de análise espectral do som para esse processo.  A FAP trabalha com o prazo de 30 dias para divulgar à sociedade o seu relatório preliminar com os dados do acidente aéreo.

Além da análise das caixas-pretas, o CENIPA realizou, no último domingo (11/08), a remoção dos motores da aeronave. O processo foi acompanhado por representantes da Agência Francesa de Investigação de Acidentes Aéreos (BEA) e da Agência Canadense de Segurança no Transporte (TSB), responsáveis pela fabricação do avião e de seus motores, respectivamente. O material foi encaminhado para análise em laboratório localizado em São Paulo.

Já o Instituto Médico Legal de São Paulo segue trabalhando na identificação dos corpos das vítimas. Segundo último boletim divulgado pela instituição, disponibilizado nesta terça-feira (13/08), o IML identificou 35 corpos até o momento. Destes, 17 foram liberados aos familiares das vítimas. O IML também contactou todas as famílias relacionadas ao acidente, uma das partes mais delicadas do processo, segundo especialistas da área.

Três técnicas estão sendo utilizadas para a identificação dos corpos: impressão digital, arcada dentária e exames genéticos. Para isso, é necessária a ajuda das famílias, que têm fornecido informações que auxiliam no trabalho, além de materiais biológicos. A força-tarefa já colheu DNAs de 28 famílias em São Paulo e de outras 17 em Cascavel. Há familiares também que residem no Ceará e que realizarão esse procedimento por meio da Polícia Científica local.

“Cabe destacar que toda a retirada de corpos foi realizada por peritos do IC [Instituto de Criminalística] e IML, com apoio do Corpo de Bombeiros, seguindo protocolos internacionais com a finalidade de preservar ao máximo as vítimas, visando uma identificação mais ágil. Mesmo assim, cada caso possui sua complexidade e cada vítima necessita de exames específicos para viabilizar a total identificação, não sendo possível estimar prazos para que isso ocorra”, explicou o IML, em nota.

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) manifesta o seu imenso pesar pela perda dos 62 passageiros e tripulantes do avião da Voepass que partiu de Cascavel, no Paraná, com destino a Guarulhos, em São Paulo, se solidarizando com a dor de seus familiares e amigos.

Rafael Revadam – Jornal da Ciência, com informações de Agência Brasil, Força Aérea Brasileira, Instituto Médico Legal e Governo do Estado de São Paulo

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