Matricule-se em um dos 46 cursos que serão ofertados no campus Guamá da UFPA, com temas em diversas áreas do conhecimento. A SBPC também oferece 32 webminicursos. As vagas são limitadas, garanta a sua!

Temas que permeiam a vida e a cultura dos povos tradicionais serão abordados em alguns dos 78 minicursos oferecidos pela 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que será realizado em Belém.  Ao todo, serão oferecidos 46 minicursos no campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA), sede desta edição do evento, além de 32 webminicursos, que serão disponibilizados online. As matrículas para os minicursos seguem abertas até 7 de julho e a lista completa pode ser conferida ao final deste texto ou no site do evento.

A abertura do evento será dia 7 de julho, domingo, no Theatro da Paz, em Belém. A programação seguirá de 8 a 13 de julho, no campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA), com o tema “Ciência para um futuro sustentável e inclusivo: por um novo contrato social com a natureza”.

Um dos destaques dos cursos oferecidos está o “Urbanismo dos povos da floresta – a perspectiva das espacialidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas”, que será ministrado por Giselle Fernandes de Pinho, Kamila Diniz Oliveira e Catarine de Nazaré Moreira Saunier, todas da UFPA.

Segundo as professoras, durante a oficina presencial será discutido a complexidade espacial de grupos da Amazônia brasileira. “Enfocaremos nas populações tradicionais, formadas por ribeirinhos, grupos indígenas e quilombolas, que constroem de forma única e intrincada com os signos naturais suas territorialidades. Explicaremos suas tecnologias, morfologias e espacialidades, expondo como o urbanismo dos povos da floresta expressa a presença de uma rede de localidades tradicionais amazônicas que se conectam com os centros urbanos próximos por meio de funções e dinâmicas diversas, construindo sua própria urbanização na floresta”, resumem.

Par quem quiser saber um pouco mais sobre “Povos indígenas, história e meio ambiente na Amazônia”, a programação contará com outro minicurso presencial, que será ministrado por Tallyta Suenny Araújo da Silva, pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeld (MPEG), e Rhuan Carlos dos Santos Lopes, professor adjunto do Instituto de Humanidades (IH) da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). A proposta da oficina é fundamentada na perspectiva da história indígena de longa duração, observando a relação entre História, Arqueologia e Antropologia. “O objetivo é demostrar a agência dos povos indígenas na construção de paisagens sustentáveis. Pretende-se: a) debater os conceitos de história indígena e do indigenismo, arqueologia da paisagem e etnologia indígena; b) demonstrar a construção de paisagens amazônicas a partir da presença indígena; c) refletir sobre a relação entre povos amazônicos e meio ambiente; d) indicar estratégias de pesquisa e didáticas para a inserção do tema em sala de aula.”

Dentre os minicursos, o encontro também oferecerá, de forma presencial, o curso “Povos indígenas e o direito à consulta livre, prévia e informada”, que será ministrado por Rodrigo Magalhães de Oliveira, do Ministério Público Federal (MPF), Vinícius da Silva Machado e Rosani de Fatima Fernandes- Kaingang, ambos da UFPA. Segundo os ministrantes, o direito à consulta livre, prévia e informada dos povos indígenas está assegurado na Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e se configura instrumento importante na garantia dos direitos indígenas no Brasil, especialmente relacionados à garantia dos territórios. “Pretendemos problematizar, a partir de experiências de construção de protocolos de consulta e de estudos de caso referentes à consulta, os desafios e possibilidades de construção e implementação dos protocolos por comunidades, organizações indígenas e instituições parceiras”.

Para aqueles que desejam aprender um pouco mais sobre as línguas e culturas dos povos tradicionais, a 76ª Reunião Anual ofertará o minicurso intitulado “Povos indígenas brasileiros: suas línguas, culturas, cosmologias e vivências na Amazônia”, que será ministrado por Concita Guaxipiguara Konxàrti Sõpre, cofundadora da Federação de Povos Indígenas do Pará (Fepipa), Ana Vilacy Moreira Galucio, do MPEG, e Marília de Nazaré de Oliveira Ferreira, da UFPA.

Nesta oficina presencial, será apresentado um panorama dos povos indígenas brasileiros e suas línguas. Minoritárias no País, algumas delas estão seriamente ameaçadas. “A importância dessas línguas, porém, é incontestável tanto para as comunidades indígenas, quanto para a sociedade envolvente, uma vez que culturas e cosmologias indígenas são codificadas e transmitidas por meio delas e sua perda reduz o acesso conhecimentos tradicionais importantes.”

De forma virtual, o encontro ofertará ainda o minicurso intitulado “O papel das governanças locais de povos tradicionais da Amazônia paraense no período da pandemia da covid-19”, que será ministrado pela professora da UFPA Luciana Otoni de Souza. Segundo a docente, serão abordados os principais impactos sofridos em comunidades quilombolas na Ilha de Marajó-PA objetivando compreender a participação das governanças locais sob a ótica das lideranças comunitárias que envolve a participação social e do envolvimento do poder público local, apontando suas potencialidades e fragilidades.”

Outro minicurso, também presencial, abordará o “Monitoramento ambiental territorial independente da volta grande do Xingu: importância da pesquisa colaborativa na defesa da partilha e dos usos múltiplos da água no contexto do sistema de operação da usina hidrelétrica de Belo Monte”. A oficina será ministrada por Cristiane Costa Carneiro, do Ministério Público Federal (MPF), Thais Mantovanelli, pós-doutoranda na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e Juarez Pezzuti, da UFPA.

Nesta oficina serão apresentadas estratégias metodológicas de pesquisa colaborativa de produção de conhecimento científico intercultural, a partir do Monitoramento Ambiental Territorial Independente (MATI), que observa territórios bioculturais fundamentais para reprodução da fauna aquática no Xingu. A ideia é contextualizar a pesquisa entre os Juruna Yudjá da Terra Indígena Paquiçamba, comunidades ribeirinhas da Volta Grande do Xingu e pesquisadoras e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, além de defender a criação de espaços deliberativos de participação social em decisões sobre usos múltiplos e partilha de água.

Nesta edição, quem optar pelo minicurso presencial poderá cursar apenas um, pois todos ocorrerão simultaneamente, das 8h às 09h30, nos dias 9, 10, 11 e 12 de julho, no campus Guamá da UFPA. Os minicursos presenciais terão carga horária de 6 horas e, para receber o certificado, será preciso ter, pelo menos, 75% de presença nas aulas.

Os webminicursos terão uma carga horária que variam entre 4 e 6 horas de aulas gravadas, mas elas podem ser assistidas de 3 de junho a 30 de julho. E os interessados podem se inscrever em até cinco atividades, se houver vagas disponíveis.

As matrículas para ambas as modalidades poderão ser realizadas até 07 de julho, pelo site da 76ª Reunião Anual da SBPC (https://ra.sbpcnet.org.br/76RA), onde também constam as normas, a ficha de inscrição para o evento e mais informações.

A taxa de matrícula é R$ 15,00 para sócios quites da SBPC e R$ 30,00 para não sócios. Quem optar por matricular-se em mais de uma opção dos webminicursos (e no máximo cinco) obterá desconto no valor total.

Veja abaixo a lista dos MINICURSOS PRESENCIAIS: 

A constituição do pesquisador narrativo para a educação em ciências na Amazônia
Análise de índices da plataforma adaptabrasil para gestão do setor saúde frente às mudanças climáticas
Anatomia do Breaking: poéticas e estratégias metodológicas para o ensino da dança
Como crescer nas redes sociais falando de ciência
Como registrar e manter línguas e culturas indígenas através de gravações de áudio e vídeo usando o modelo enciclopédia digital
Compreendendo o patrimônio cultural da saúde de Belém/PA
Computação na educação básica
Construção de materiais neuropsicopedagógico para crianças com TEA
Curadoria e conservação de material zoológico para coleções didático-científicas na Amazônia
Debates afrocentrados para a construção de políticas públicas educativas e práticas pedagógicas de combate ao racismo
Descolonização dos produtos derivados do cacau
Educação em saúde: das bases conceituais ao planejamento educativo
Educação escolar indígena: (des)caminhos, direitos e possibilidades nas Amazônias
Entre lutas e feminismos: o protagonismo das mulheres na proteção dos territórios das Amazônias
Estuários e tidal rivers da zona costeira amazônica: geomorfologia e dinâmica sedimentar
Etnografia e história oral em comunidades amazônicas
Evolução humana: origens, trajetória biocultural e história profunda na Amazônia
Explorando o sistema aquífero Amazônia (saga) na educação: desenvolvendo consciência ambiental e práticas sustentáveis na formação de professores
Fazendo ciência na floresta: populações indígenas na formação dos professores
Genética forense de pescado amazônico
Geotecnologia e desastres naturais: análise e mapeamento
Inovação em bioeconomia na Amazônia
Insetos forenses: a biodiversidade a favor da lei
Inteligência artificial para a predição e controle de epidemias
Macrobrachium rosenbergii (camarão gigante-da-malásia): um gigante também na invasão de águas amazônicas
Matemática acessível e justiça social: potencialidades da audiodescrição e dos materiais manipulativos
Metodologias ativas e o cérebro aprendiz
Monitoramento ambiental territorial independente da volta grande do xingu: importância da pesquisa colaborativa na defesa da partilha e dos usos múltiplos da água no contexto do sistema de operação da usina hidrelétrica de Belo Monte
Morosidade estatal ante o direito fundamental à titulação quilombola
Mudanças climáticas e a necessidade de cidades resilientes
Museus e mapas na descrição etnográfica: os centros de ciências e saberes
Nova cartografia social e trabalho de campo
O universo extremo
Objetivos de desenvolvimento sustentável no brasil e produção audiovisual
Peixes comercializados na Amazônia costeira: reconhecendo os principais grupos
Percepção corporal a partir do método Gyrokinesis®
Pesquisa perfil-opinião em museus: dados quantitativos para visitas de qualidade
Plantas da Amazônia costeira
Popularização da ciência e jornalismo socioambiental na Amazônia, com foco na produção e distribuição de conteúdo sonoro
Povos indígenas brasileiros: suas línguas, culturas, cosmologias e vivências na Amazônia
Povos indígenas e o direito à consulta livre, prévia e informada
Povos indígenas, história e meio ambiente na Amazônia
Uma incursão à história social da língua geral no período colonial por meio de fontes documentais
Urbanismo dos povos da floresta – a perspectiva das espacialidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas
Urbanismo, paisagismo e percepção sensorial: lições de convivência e sustentabilidade a partir do entorno do rio Sapucajuba no campus de saúde da UFPA
Utilização de óleo de cozinha residual, cascas de frutas e sementes na produção de sabão 

Veja abaixo a lista dos WEBMINICURSOS:

A inclusão da epilepsia no contexto amazônico
Abordagem multinível na análise comparada da adesão à democracia na américa latina
Bases e análise de dados para políticas públicas
Bioacústica e suas aplicações para estudos da biodiversidade
Ciência aberta, inteligência artificial: o que muda e o que não muda na redação do artigo científico
Compreendendo e estimando a poluição luminosa por meio da escala de Bortle e do Stellarium
Comunicação audiovisual: usando as redes sociais como ferramentas para o engajamento sustentável e inclusivo
Cultivo do camarão-da-Amazônia macrobrachium amazonicum: potencial de desenvolvimento da carcinicultura na Amazônia
Desenvolvimento de fármacos a partir do tesouro verde da caatinga e do cerrado
Direito do consumidor e segurança digital
Enem e química: matriz de referência e microdados como instrumentos potencializadores do ensino
Estado laico na prática: direito, saúde e educação
Experiências de patrimonialização na Amazônia
Experimentos de demonstrações para o ensino de ciências
Inclusão de pessoas autistas no contexto educacional da Amazônia
Inovações em ciências sociais na educação escolar: os nexos contemporâneos entre formação docente e prática de ensino
Introdução a arte rupestre brasileira
Morfologia urbana das cidades amazônicas
Museus indígenas virtuais: educação na Amazônia e memória ancestral nas telas
O clube de ciências da UFPA e o ensino de ciências por/com pesquisa e gêneros textuais na educação básica: aspectos teóricos e práticos
O ensino de astronomia em ciências com o uso do Stellarium
O papel das governanças locais de povos tradicionais da Amazônia paraense no período da pandemia da covid-19
O pensamento social de Lélia Gonzalez e o ensino de sociologia
Pedagogias feministas no trato com as práticas corporais e esportivas: combatendo estereótipos nocivos de gênero
Por outros modelos de formação: a curricularização da extensão universitária e a construção de universidades democráticas
Práticas educativas em espaços não formais
Redesenho da paisagem rural: sistemas agroflorestais como alternativa para a readequação ambiental
Regionalização do saneamento: desafios à universalização e a agenda 2030 da ONU (ODS6)
Relações homem-natureza
Saneamento, sustentabilidade, inclusão social e promoção da saúde: uma combinação necessária na Amazônia
Software QGIS: introdução e aplicações
Turismo sustentável e mudanças climáticas na Amazônia

Considerado o maior evento científico da América Latina, as Reuniões Anuais da SBPC são gratuitas e abertas a todos. Reúnem todos os anos milhares de pessoas – cientistas, professores e estudantes de todos os níveis, profissionais liberais e visitantes, além de autoridades e formuladores de políticas públicas sobre ciência e tecnologia no País.

Sua programação inclui atividades como a SBPC InovaçãoSBPC Afro e Indígena e a SBPC Educação. Inclui ainda exposições como a SBPC Jovem e a ExpoT&C, com atrações trazidas por instituições de todos o País para todas as idades e interesses.

A 76ª edição é uma realização da UFPA e da SBPC, que tem como sócios institucionais a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM). Os patrocinadores são a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), a Finep, Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Esta Reunião Anual tem como parceiros institucionais a Universidade do Estado do Pará (Uepa), o Instituto Federal do Pará (IFPA), a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).

Conta, também, com o apoio da Prefeitura de Belém, da Semec, da Secretaria de Estado de Cultura-SECULT-PA, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Educação, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Ministério de Desenvolvimento Social.

Programe-se e participe!

Para mais informações: https://ra.sbpcnet.org.br/76RA/

Vivian Costa – Jornal da Ciência

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