Reportagem da nova edição da Ciência & Cultura discute papel fundamental da fauna na manutenção e regeneração de áreas verdes

A riqueza da biodiversidade brasileira continua a ser um dos principais destaques do país. Abrangendo mais de 13% da biota do planeta, o Brasil é reconhecido por seus seis distintos biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Dois destes, o Cerrado e a Mata Atlântica, são considerados hotspots, áreas prioritárias para conservação global. O Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (2018) revela dados fascinantes, indicando a presença de cerca de 4.545 espécies de peixes, 1.080 de anfíbios, 773 de répteis, 1.919 de aves e 701 mamíferos no Brasil. Isso é o que discute reportagem da nova edição da Ciência & Cultura, que tem como tema “Biomas do Brasil”.

Desde a primeira lista de espécies ameaçadas em 1968, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), a situação só piorou. A Mata Atlântica, altamente urbanizada e fragmentada, lidera com mais de 50% das espécies ameaçadas, sendo 38,5% endêmicas. Pressões como atividades agropecuárias, expansão urbana e empreendimentos para geração de energia impactam negativamente as espécies, tornando urgente a necessidade de medidas de conservação.

O Livro Vermelho identifica os principais fatores de pressão, incluindo atividades agropecuárias, expansão urbana e poluição industrial, agrícola e urbana. Um recente “Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade & Serviços Ecossistêmicos” reforça esses desafios. Marlúcia Martins, pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi, destaca que a aplicação eficaz do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) e do Código Florestal é crucial para proteger a biodiversidade, garantindo água potável, prevenindo desastres e promovendo uma melhor qualidade de vida. “Cada espécie tem um conjunto de adaptações para determinado habitat, com maior ou menor capacidade de se adaptar às modificações que por ventura ocorram naquele ambiente. Algumas espécies são extremamente sensíveis a qualquer mudança e essas são as primeiras a desaparecer localmente quando o ambiente se altera ou reduz de tamanho”.

Além da legislação, a educação ambiental e campanhas de conscientização desempenham um papel vital. O equilíbrio entre fauna e flora é destacado, evidenciando como a perda de uma espécie pode desencadear um efeito em cascata. As mudanças climáticas emergem como uma nova ameaça, exemplificadas pelas mortes de botos-cor-de-rosa na Amazônia. A pesquisa destaca a vulnerabilidade desses animais a eventos extremos de calor e seca, agravados pelas mudanças climáticas. “Temos os instrumentos legais para proteger não só a biodiversidade, mas também garantir água potável para todos, menor ocorrência de desastres como inundações, deslizamentos e a produção de alimentos de qualidade. Se bem aplicado e gerido, e com apoio da população, esse modelo pode proporcionar melhor qualidade de vida para todos”, destaca Marlúcia Martins.

Leia a reportagem completa:

https://revistacienciaecultura.org.br/?p=5102

Ciência & Cultura

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